
Compêndio narrativo de um peregrino em uma vila de antigamente
Data 27/03/2022 21:07:44 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| A gente é honrada Os homens são trabalhadores Saem cedo para a roça e só voltam com o entardecer Enquanto as mulheres cuidam das crianças Algumas descem ao rio Com suas bacias na cabeça Batem as roupas nas pedras Enquanto conversam animadamente As crianças brincam nas águas do rio Elas ignoram a lenda do minhocão Afinal, quem acredita em uma história dessas?
Há homens já idosos Sessenta, setenta e alguns até com oitenta anos Eles contam causos de antigamente Da época em que chegavam nos barcos A mercadoria para o armazém E as notícias do mundo europeu Enquanto ali nas janelas As mulheres trocavam informações Sobre o belo moço que estava no baile do fim de semana As crianças brincam nas calçadas Fazendo grande algazarras.
Alguns dos homens devem muito réis Nas casas de prazeres E a dona de um deles vivem ameaçando-lhes Para pavor das donas de casa Enquanto as crianças correm para pegar as mangas Espalhadas pelo chão depois do vento forte E a chuva que caiu na vila.
Tudo é tão monótono Parece que o mundo só existe por aqui Onde as pessoas são felizes Nas margens deste caudaloso rio Uma vida inteira poderia viver Desfilam as moças pela praça Vestidos de veludos e tecidos coloridos Enquanto as mulheres são muito mulheres e não muito devotas Os homens se encantam com as donzelas Protegidas por seus senhores imponentes em seus cavalos.
O por do sol revela o encanto de uma iluminura Que parece ter sido pintada pelo maior artista do mundo Uma beleza tão magnífica que nunca irá sair da minha mente Enquanto as crianças brincam pelos campinhos de terra Eu me despeço silenciosamente deste lugar E sigo minha viagem Paro por alguns minutos para registrar as minhas impressões No compêndio da minha existência.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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