Esperança decapitada

Data 14/03/2022 16:08:12 | Tópico: Poemas


Me agrada o canto,
Das armas detesto o canto
Não por ser um santo,
Senão, dono do pranto

Cantam armas
Prantam almas,
Perco calma
Por mil corpos em chama

Casas mortas
Valas abertas,
Domina a incerteza.
No olhar do povo, só vejo tristeza

Olho no horizonte
E culpo ocidente,
Por este vil incidente,
Que adia vida no leste

Ao vilão, ninguém faz frente,
Nesta chacina repugnante
O povo só tem uma frente;
Fuga pra ocidente

Pra trás ficam casas mortas,
E no silêncio dos escombros,
Divagam lembranças
Duma esperança decapitada

Adelino Gomes-nhaca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=362190