
Dominado
Data 25/01/2022 04:05:44 | Tópico: Poemas
| Uma fúria ardente e oculta arde em mim, chama persistente Sob o olhar da amplidão, bordando estrelas ao som da noite Coração rasgado à espera do amanhecer chegando infalível E, minha alma de poeta desejou escrever um poema de amor Desejo efêmero, não há flores e a angustia brilha, majestosa Empunho a espada, pois não quero este mundo sem margens Que raro. O que eu vejo? Seria cômico se não fosse essa dor Vejo gente fria e sem raízes, beijos sem lábios, belezas aflitas Estradas entre rochas estéreis que a solidão sombria conduz Copos cheios, cabeças vazias, a janela que dá para a avenida Mostra passantes indiferentes cujo sangue não é rubro, mas Cinza de sentimentos inférteis resultando na incompreensão De buscar pelo mais fácil, do receio de ter que receber nãos Do receio de dizer sim. Mas minha escada sempre leva acima Nunca será tarde, apesar que não espero ninguém que já foi O grito que o vento da noite carrega, diz que o sonho existe Poeta, o que te punge? Os versos também brotam do oblívio O poema se cala, dominado na emboscada da palavra escrita
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