
A CORUJA LEVANTA GAVIÃO
Data 23/10/2021 02:18:06 | Tópico: Poemas
| Sexo degolado do cavalo alado esparrama avenidas criminais
na esquina da alma a traição
saudade é hóspede segue estrada afora a caravana dos abandonados
o rei é vivo embriagado no sangue da plebe
eu encho de lágrimas o teu ventre
eu visto o traje real p'ra te amar, sêmem e suor - coroado pelo sol
Na entrada da cidade a bruxa-sexy recebe o santo, a igreja é para o amor o corpo é aonde/ pé-ante-pé arranco da sombra o leopardo arrastando o sexo no jardim do teu cio
O cavalo branco espalha da crina o fogo na rua - selvageria e doação
Teu corpo é a égua de uma divindade em fúria, teu íntimo um lago fumegando céus
Nu - encharco as areias pelo cajado, certo da suculência que no oásis te umedece o fruto
Tenho nas botas solidão e desdèm, nas esporas caravelas levam povos espirituais
Assassino, o gueto é meu, se a sirene é o anjo denunciando o invasor, a culpa é longe do ateu
Seja como for, o príncipe nasceu do mendigo quando eu te amei, das cinzas a coruja levanta gavião
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