
O velho poeta sente saudades
Data 08/09/2021 23:28:31 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| O olhar indiferente às tecnologias deste tempo Imagina um tempo não tão distante Em que contemplava as folhas amarelas Que caiam das árvores e eram levadas pelo vento Enquanto seus olhos viam o silêncio Desenhar uma nova melodia no ar sempre tão promissor. As canções brotavam de sua mente Utopias de dias vindouros Onde haveria liberdade de expressão nas palavras E nos gritos nos muros das cidades E não apenas o silêncio dos excluídos Abandonados a própria sorte de uma vida miserável. Perdido em pensamentos e sentado em um banco de jardim O velho poeta sente saudades De tudo que um dia lhe fez escrever seus poemas Que foram eternizados pelo tempo. Onde estão aqueles olhos que nem lembra mais a cor O brilho de um luar tão sedutor Como o olhar de uma donzela Que corria graciosa pela calçada Como se o mundo a pertencesse A melodia que ouvia na penumbra do seu quarto E vinha da janela vizinha. Um tempo que escorreu pelos seus dedos Levando as lembranças De palavras que não conseguiu registrar. Alguns rostos passaram diante de seus olhos E não lembra bem como eram Os vultos, como fantasmas, o fazem recordar Que cada um levava consigo uma história única. Agora o velho poeta sente as dores do tempo Depois de passar pelos clássicos gregos e latinos E deleitar-se nos versos inspiradores dos sonhadores Deixa-se recolher mansamente Como o entardecer que se aproxima E sabe que apenas o sonho nunca morrerá. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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