
Cena dois: Arrependimento
Data 31/08/2021 22:48:38 | Tópico: Poemas
| Por todos os abismos que naveguei, os leitos que me deitei Tragado muitas vezes pelas magras mãos de outros tempos Por esses enigmas submersos nos porões de dias sem brilho Ora emerge em meu corpo outro homem, resultado da luta Por reescrever aquele navegante errante na fúria do vento Bêbado da fonte do sucesso e do amargo da perda infinita
Haviam muitas pedras a contornar pela superfície a seguir E a névoa com suas garras camufladas, teceu o fio da teia Por onde andei no grunado dos passos, sem olhar para trás Agora descansa em mim, restaurado dos líquidos segredos Aquele que sempre pensei que devia ser, mas não consegui Antes de compreender que sou igual ao quanto posso doar
Na minha busca insana e impensada, sei que feri corações Que a minha solidão interior, teceu solidões ao meu redor Nem percebera quanto emaranhei as rendas da existência Mas um dia, reconsiderei as sombras do que me emudeceu Foi assim que descobri no amor ninguém substitui ninguém Cada pessoa é única com todos seus erros e todos acertos
Na minha cegueira voluntária, só encontrei o quanto quis Nos erros eu aprendi, mais que tudo é preciso recomeçar
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