
Poemetos
Data 30/07/2021 23:09:56 | Tópico: Poemas
| Tecem a vida linhas que ligam o corpo à alma.
Pousam pássaros nas folhas secas soltas no chão.
Inverno
deixo as portas sempre fechadas e espero luares além das janelas.
Apaga-se a saudade nos olhos secos livres de mágoas.
Filhas do Sol Na Ponta dos Seixos vivem almas filhas do sol.
Rua do Porto Comprei sandálias de prata, argolas de ouro e vestidos de baile.
Espero-te.
Na rua do porto desvio desejos com fios do sol.
Não louvo as fogueiras perto da palha do arrozal.
Preparo um poema longe de espelhos (sereias adormecem).
Doidas palavras
O amor silencia sangra lágrimas.
navegam palavras azuladas no lago.
Viagem Cansada de esperas desfio bordados com fios de ouro.
Atravesso as pontes do tempo. Celebro as cores da vida inteira.
O amor é água e silêncio antes do sol.
Estrelas ouvem o estalo das folhas na língua áspera dos morcegos e caracóis.
Descasco maçãs espero à mesa a flor das romãs.
O caderno azul Quero reviver a manhã. Aquela do mês de agosto quando meu rosto colava-se ao teu.
Quero a literatura mais pomposa, a voz mansa a desenhar palavras nas cores da tarde volumosa.
Longe havia o perfume no verde das folhas caídas nas margens.
Quero a arquitetura do poema, retocada na fotografia do amor, e nas paisagens pintadas num caderno azul.
Toalhas
O silêncio iluminava a sala. Renascem palavras rabiscadas com lápisve canetas furtadas.
Desenho o autoretrato. no eco da poesa alucinada fotografada dentro da alma.
Esquecemos mágoas entre paredes e toalhas rendadas.
Viola e flauta Ouço o estalo das folhas na rua. No apartamento, ensaio um solo de viola e flauta.
Orquídeas iluminam a sala. Toco um samba de Noel.
A tarde engole o sol.
Caem na mesa talheres, pratos, xícaras e pranto.
No Saara
enquanto te espero palavras voam
escolhem assim um tanto de tempo na aurora boreal
encantam-se espalham-se na areia
suam debaixo do sol.
Desumano
é desumano não te amar agora
dançam coqueiros no litoral.
Em Pernambuco engulo bagaços, caroços e sucos
e vou-me embora sem custo sem susto na bagagem.
Leitura
Para ler sentimentos é necessário saber a intensidade da luz.
Percebo os dias na influência dos sonhos que não lembro mais.
No meio do nada
O amor descreve um beijo
no meio do nada
afoga-se
no espaço no abraço
numa pausa
solto risos num canto dos olhos.
desço um rio sem mágoa.
Fios do sol
soam poemas ma calma das manhãs. descrevem nuvens, pintam paisagens.
moças felizes bordam vestidos ao sol.
poetas deslizam nas águas. desviam o medo de amores.
tocam tambores, dançam na chuva, contam nos dedos a hora das flores.
Pássaro Molhado
O pássaro molhado não sabe do ritmo, nem do cheiro da chuva.
Finge tristeza entre folhas e galhos
espera o vento no som do sol.
Pássaro molhado espera calado.
Mágoas
Fizesse chuva ou sol, tiravam as máscaras.
Domavam os dias, douravam a tarde.
O tempo mudou. Uma chuva fina regava as flores...
Relâmpagos riscavam o chão
azulavam as pedras.
Ainda existe reflexos de tudo na transparência das mágoas.
Paisagens
A alma na paisagem. é ave, flores, rio e lago.
Ouve o silêncio das árvores.
Atravessa montanhas e estrelas no desenho dos mares.
Espelhos Molhados
Iluminam-se minhas faces. Guardo estrelas e manhãs,
Perfumes de ontem, sementes de romãs.
Folhas secas, cristais e lágrimas lembram e tecem o minuto final.
Árvores e pedras descem ladeiras, acordam no vento.
Deslizam poemas nos quintais.
Na sombra das imagens são reflexos de espelhos molhados.
(Anoiteço para sonhar-te).
|
|