
O segredo
Data 20/07/2021 18:33:24 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| A noite se fez em cinzas sobre as nuvens O dia azul puro naquela manhã, sem garras Com a doçura da simetria lenta e selvagem O inverno germinou em meio aos silêncios Uma áspera advertência é o consolo esperado Das fotos amareladas dos sinos da infância Derramando lágrimas entre maçãs sonolentas Pelos círculos selvagens e noturnos Oh, que visão! O fogo está de luto A neve bate nas ramas como mar de sal Na sombra extravagante do oblívio Ele sabe que a fúria é o outro lado do som Que a areia ferida sangra a terra abaixo Os trovões e seus cantos assustadores Escravos anunciando o vazio da chuva Eu sei! Porque de tristeza dançam Eu sei... dessa amargura vertical No espanto do alfabeto derretido Que torna o poema imprevisível Impossível e gentil no segredo que guarda
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