
Ruas, marmitas e jacarés
Data 02/07/2021 20:08:54 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Eu caminhava sozinho pela escuridão das ruas desertas Cercadas de matos e vultos da minha imaginação Quando poderia ser apenas um saco plástico levado Pelo vento frio da madrugada. Eu tinha que caminhar Precisa trabalhar para ajudar em casa E agora já era um homem. Com minha marmita de almoço via o sol sair no horizonte Enquanto caminhava rumo a cooperativa de jacarés Coocrijapan para ser mais exato. Na minha trajetória daqueles anos 90 Podia sonhar com dias melhores Que pudesse me aliviar do sofrimento Das mordidas de jacarés e do mal cheiro Que impregnava nas minhas narinas E demorava dias para sair do corpo. É sofrida a vida de uma pessoa no seu amadurecimento E lembrar desses momentos é poder viver outra vez Admirar a sorte de vencer na vida Mesmo em meios as dificuldades. Um jovem sonhador caminha apressado para o seu serviço Limpar tanques de jacarés Para ter o seu salário e poder ajudar a família Melhor isso do que ser mais um vagabundo nas ruas. A vida nos dá oportunidades para vencer Mostra-nos possibilidades E devemos nos agarrar a elas. Os tanques de jacarés nem sei se existem mais Mas o que aprendi na vida me sustenta até hoje E as lembranças desses dias sombrios São as alegrias das esperanças futuras. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
|
|