
Brevis Illusio
Data 25/05/2021 14:04:05 | Tópico: Poemas
| A noite guarda o silêncio, que a sabedoria diz que é ouro Antes era o tumulto falaz, o clamor de vozes à luz do dia À noite vem a imagem liberta do espelho, desfaz a solidão Que vive atada nos cordões do real, tão distante do sonho Do abrigo onde o pássaro pode recolher as asas exaustas O vulto negro, no espaço interior, vem alheio ao marcador Das horas e se revela a mulher de outros tempos, saudade Tudo então se refaz nas trevas condensado pelos sentidos Os seios antes fartos, ora um arremedo, negação e sombra Os olhos esmeralda de serpente, boca vermelha de desejo Réguas e lápis não darão as dimensões de sua ida realidade Nem a grandeza que um dia ela teve no palco de minha vida Dessa forma fugaz que teima emergir uma história passada Mas foi pontuada de abismos e silêncios, de tantas arestas Não! Foste apenas o momento, a semente que não germinou Requeiro de meu íntimo um momento de reflexão e me digo: Non est anima, est illud quod non esset melius absentia tua*

(*) Não se iluda alma, a ausência (dela) foi o melhor para ti
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