
Chuva de Novembro
Data 20/05/2021 12:04:23 | Tópico: Poemas
| Imaginei uma guerra enquanto as armas descansam. Tenho a chuva de Novembro nos braços E o frio sem ciúme do sol namora-me os ossos
Revolvo com os dedos o bolso da farda Para te encontrar entre a lama e os cigarros uma ultima vez Para inventar um momento e tocar-te o rosto, sentir-te o cheiro E perguntar se ainda te lembras de mim
Imaginei uma guerra entre guerras reais. Matei horas queimadas por breves cigarros Dei vida e sangue ao animal que há de mim Matei palavras que disseram verdade para não ouvir E lágrimas de viúvas e copos para não sentir E pergunto-me se ainda te lembras Se ainda me reconheces depois da guerra Imaginei que vinhas ainda esta noite antes do fim Imaginei que vinhas antes das balas Enquanto as armas descansam.
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