
Teológico niilista
Data 05/03/2021 16:53:09 | Tópico: Sonetos
| (Soneto com versos decassilábicos com acentuações nas 3.ª, 6.ª e 10.ª sílabas métricas de cada verso.)
Desengane-se aquele que bem pensa
imortal alma haver o peito humano.
Não há Deus neste mundo e só no engano
do Viver é que existe uma tal crença.
Não se iluda o mortal, não se convença
do Morrer, que a nós chega tão ufano,
que não venha e não leve o peito insano
na razão que à Razão mais põe detença.
Vais morrer, como eu vou, e serás pó
sem de ti restar vã recordação
a não ser na memória de quem vive.
Quando a Morte da Vida esse teu nó
te cortar, Deus verás nessa ilusão
que em meu peito a chorar eu nunca tive. Todos nós temos em nós o Bem e o Mal, o Amor e o Ódio, a Virtude e o Defeito, a Fé e a Descrença.
Este poema exibe o meu lado que não acredita em Deus.
Todos temos o direito de duvidar.
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