
DO APRENDER
Data 09/01/2021 21:42:33 | Tópico: Poemas
| DO APRENDER
Aprendi sorvendo. Somente o que me fez inalar. O que despercebi não me fez entrever. Não atingi alturas, sem pisar-me de chão arenoso. Não extrai sal da terra, sem entregar as mãos repartidas.
Tenho alguns saberes, que me fazem apreendedor. Uma arquitetura de razões pronunciadas. Das mais súbitas, como aquelas a se moldar na quietude, As derradeiras, como as que pungem na pele na alma.
Pouco aprendo, quando dos outros não me entrelaço. Pouco sei se não me ponho a observar a intimidade. Por isso ressoei-me em cada canto, num circulo de andanças,
E ainda me faço toar a cada instante que me ensina o olhar. Distanciei-me por vezes para observar as perguntas. Tantas outras respondi sem aderir ao absoluto.
Fui vário, múltiplo, único. Só assim fiz-me existir. E ao ser, precisei reler a estrada e desvendar a travessia.
Carlos Daniel Dojja
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