
A UM DE ABRIL DEZ ANOS SEM HEROÍNA.
Data 05/12/2020 11:35:55 | Tópico: Poemas -> Droga
| A UM DE ABRIL DEZ ANOS SEM HEROÍNA (viver livre, ser livre e ter o direito de escolha: a vida)
Chegou o dia em que as veias de há muito ofendidas de tão maltratadas, aço contra aço, se debatiam. Nos braços esmagados, que nos olhos lágrimas vertiam Por não arranjar já onde enfiar a seringa: agulhas partidas.
Nisto, a ressaca aumentava, e as veias- distendidas assentiam, mais e mais a agulha, que acometiam umas e outras, a ver destas quais consentiam enfim, na carne rasgada, quais em sangue eram diluídas.
Após o *chute, tudo serenava e tudo se calava. Vinha a coceira ao nariz, sorriam os olhos Ainda aos braços sanguinolentos nas mãos assentava.
Por esta altura já buscava as veias no pescoço; pois que as demais tinham *vidrado como escolhos; escondidas por negras autoestradas como num esboço.
Jorge Humberto 03/12/20
Santa-Iria-da-Azóia
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