
Justo, o proseador...
Data 17/10/2020 22:48:28 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
|  Justo era um homem simples, tipicamente do campo, jeito pacato e bom de prosa
Quando falava prendia atenção os olhos pequeninos saltavam da órbita como cometas
Justo era um homem bondoso quase nada tinha, era pura generosidade com alegria
Quando um dia não se via a doce figura chegar à Vila os camaradas silenciaram
Justo caído junto a porteira tivera um ataque cardíaco, enquanto já entardecia
Quando surgiu uma mão vinda lá não se sabe donde e cuidou do pobre homem
Justo era assim na terra, como no céu, já chegou fazendo Pedro rir, coisa rara
Quando teve licença celeste tomou expresso asteróide e apareceu do nada, na vila
Justo não entendia porque agora o povo fugia ele com baita saudade
Quando surge, de repente, um menino que declamou um de seus velhos poemas
Justo sentou-se ao banco escorreu lágrimas de luz e disse que era feliz...
E quando o povo curioso perdeu o medo, foi chegando e pedindo pra ele prosear
Justo então sorrindo hesitou, cantarolou uns versos junto ao coro de passarinhos
Foi quando o menino disse Justo está na hora do expresso, é só um até breve, pessoal...
E lá se foi Justo, ao poente, estrelas faróis no horizonte, adentrar o espaço-tempo...
AjAraujo Alberto, escrito em 17/10/2020 Imagem: Vincent Van Gogh, autoretrato.
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