
Soneto ao Medo
Data 30/09/2020 23:17:01 | Tópico: Poemas
| Quero poema agudo como garras explicitas de robô Que invade os templos do dia sem traumas, amiúde No crispar do cascalho, no calor das tardes úmidas De quem quer acreditar mais no sim que no talvez
Desnudo-me de meus sonhos ilusórios de alçar voo Abraço o orvalho como uma prece ao sol escarlate Na alvorada de meus fantasmas mudos e pontuais Sempre descompromissados, nada além de memória
É o que resta no instante nunca antes pronunciado Não há que pensar no medo, seus veios de serpente Outros vieram antes e se foram por essas amplidões
Os limites de nossa imaginação esfumaçam a mente Põe os nervos a gritar, resvalando na emoção pura Acabamos, pois, vivendo os meandros do insofrido
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