
POESIA CONCRETA
Data 11/04/2008 17:21:33 | Tópico: Poemas
| Poesia concreta,de concreto de cal, de cimento de apertos da alma, de apartamentos de migalhas de cérebros ao vento. Poesias concretas, poesias abstratas impressões, loucuras oníricas obras dos deuses e dos anjos desatinos dos demônios ilusões conduzindo ao nada. O poeta insiste, resiste corre, cansa, não alcança esperneia esbaforido sem se dar conta que já está vencido.
II Com um lenço branco aceno para o avião de nada vale o sinal de rendição. Soldado morre soldado, não morre homem comum então eu não morro o relógio me atrasa e eu sobrevivo ou subvivo para a glória dos hoemens incomuns. O relógio sempre pára para os que são expelidos da coisa chamada vida para os são explodidos pela bomba ou pelo avião e nas alturas das torres pensam que no céu estão com o dólar ou com a malária de Manhattan ou do Sudão devorados pela aids banidos pelo leão do capital ou da savana são heróis da resistência e da globalização.
III
Um homem se diz presidente ele tem idéias e ferrramentas ele sorri, a nação sorri ele chora, a nação chora ele erra, a naçãom erra ele governa, a nação não governa. Governo com o presidente tomo viagra, fico impotente pela falta de clemência a um camelô que foge do rapa ao som de um rap suja o asfalto de sangue a calçada de muambas o gás e o cassetete e uma bala perdida que achou seu ombro esquerdo e o deixou no chão, inerte.
Escombros do avião o mundo todo em chamas da Torá ao Alcorão Atreiam fogo nas tumbas de Mohamad e de Abraão. Mil e uma noites brilham com o petróleo a borbulhar céu desfeito em Nova Iorque inferno feito em Bagdá chuva de balas no Rio lama no Paranoá. IV Um homem bomba estoura um carro mata a gente esbarra numa calçada colhe um menino africano um boliviano bêbado um indiano andrajoso um paulista apressado nordestino esperançoso de acabar tanto descaso pela mão do presidente que reuniu tanta gente das fábricas e do país no palácio hoje não diz se veio pra governar ou apenas pra mostrar que foi capaz de subir na vida ou no avião que o levou mundo afora _presidente, e agora? que é que o senhor vai fazer com essa crise, essa fome que no senhor diz que é zero? Presidente, hoje o que eu quero é não sofrer mais assalto de Garanhuns ao Planalto o senhor foi campeão diga sem hesitação: se o senhor fosse doutor acabaria com o terror ou voltaria ao sertão?
JOEL DE SÁ, SP, 11/04/2008.
|
|