
Poemetos
Data 19/01/2020 04:39:15 | Tópico: Poemas
| Sinto o sagrado nos segredos do tempo. Na ausência de afago a alma implora asas.
Vou além de espaços onde não me achas.
No quarto há retratos de narcisos.
O sol invade o dia. Coleciono barcos na baixa maré.
Antes nada agora nada amanhã navego.
Deus abençoa amor/ humor.
Bagunça I
Livros, jornais no chão.
O hábito aperta o estômago do monge.
Xô, bagunça! ... Fantoches desfilam na memória de espaços vazios.
Quando chegas borboletas ouvem Bach.
Passam nuvens. Espero asas. ... Rede de renda sonhos no chão.
Meninas brincam de amarelinha vestidas de luar. ... Num labirinto de mármore armadilhas na alma.
Chove palavras encantadas no quarto do poeta.
Quando sair feche a porta.
Quero fotografias da bagunça na rua.
A sombra da alma separa-se da culpa.
Bagunça II
Mesas e cadeiras cortam diálogos entre a ordem e a bagunça.
Duchamp e Dalí nadam num mar de papel.
Descanse, arrume-se adiante-se. ...
Personagens não dormem.
Acordam o espírito de quem escreve.
O sol chega no aquário dos peixes.
Não arde o sol nos tambores do samba.
Leitura
O sol aquece a alma depois o meio-dia.
A chuva murmura na periferia. ...
Historinha Os sinos tocam. Ouço 'bom dia'.
Aproxima-se o touro bravo. Congela-me o medo.
Um rato rói as botas do gato.
Chega ao final o pesadelo. Saio e bebo. ... Acalantos escantam serpentes, meu amor. ...
A vida aplaude tentativas de voo. Desamarra as cordas do medo a veloz ventania. ... O amor em labirintos alcança as flores no leito em desalinho. ... Micro conto
A Andorinha amarela olha as nuvens e pensa:
-Hoje é o dia das borboletas. ... A moça
Tranquila, corre descalça. Vangloria-se dos versos e laços no cabelo azul.
Na rotina de infortúnios corpos movimentam-se sem companhia. ...
Sentimentos são riscos e traços na alma.
O instinto devora amores e amoras.
A vida cede. Folhagens secam.
Borboletas colorem destinos e voam .
|
|