
suicidas declarados do amor …
Data 11/04/2008 07:29:43 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| Ontem tinha crostas nas costas e nas palmas das mãos cerradas e as arvores nuas esvoaçam ramos. Galhos golpeavam planos em varejo constante em meu olhar... [chorava]
Ontem a pele, a pélvica, a dos seios, a das pernas, a do sexo ali ao fundo da barriga, a da alma, escorria em sangue chagada e ferida. [flagelada, tão, mas tão dorida…]
Ontem o vento lá fora em fustigo, em brados sistémicos d’inclemência e de terror, e nós aqui, amado, enlaços, fundidos, moldados ao barro de um instante … “amigos-íntimos”, “quase amantes”, náuticos mareantes de rios de pedra, no ardor de sóis, (e)ternos refúgios, cais d’abrigo …
e risos(tantos), risos ternos de crianças… e logo prantos, suicidas declarados do amor …
Volto agora ao silêncio ao eco perpétuo da cal branca nas paredes d’ombreiras tíbias e de redes rotas dependuradas ao véu tão pálido do vazio: - enredos d’alma resignados em apneia de sentidos ausentes de ti.
Ontem, amado, ontem, se te não vi … morri!
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