
ESCALADA SOBRE A PELE
Data 09/04/2008 20:37:21 | Tópico: Prosas Poéticas
| Sobre a pele nua coriscam arrepios de rétpil enquanto a alma se encolhe de frio... e no peito uma navalha que corta, até o sangue espirrar pelos poros. Minha boca, um gosto doído de nada, pedra de gelo que queima a língua, inferno gelado na escuridão , trilha perdida, andar em círculos, aonde o teu gosto em minha boca?
no corpo despido de ilusões a pele vira barragem que estanca ( momentaneamente) a força das águas cascateando, batendo forte, corcoveando como potros mal domados.... vindas de longe, do fundo das paixões, temporais de alma... Vêm de início muito quietas, dor reclusa, como corpo frio de finado e numa queda brusca lançam-se no abismo magníficas, doidas, turbilhão de idéias ecoando, ferindo por dentro... oh dor em flecha pontiaguda...
Na pele um frio de réptil (onde andará aquele calango que nunca será lagarto?) ah que saudades dos meio-dias da minha casa branca da infância, cujos mistérios escondiam-se sob portas intocáveis, baús proibidos, assustadores sótãos, velas acesas ... e o silêncio repetido dia a dia no coração dos adultos... sobre a pele suor salgado e por dentro... turbilhão de idéias em quedas formidáveis, encontro de águas,vertigens. o sal da boca fere os lábios lábios frios na noite , à espera dos teus, *beça-me mucho, oh, beça-me mucho* Na pele corisca arrepio de réptil, iguana, lagarto, calango, lagartixa, (e como separar-se de um amor se a seu lado nunca estivemos?..)
|
|