
MEDIAÇÃO
Data 26/09/2019 02:43:24 | Tópico: Poemas
| Crê o escritor ser o tempo E nele mergulha embalsamado, Encantado com as horas inexoráveis...
Permite-se navegar sobre as nuvens E nada na correnteza dos ventos Em busca duma inspiração ortodoxa Que traz das aventuras, o teor metafísico.
Crê o escritor ser as madrugadas E nelas galanteia com as estrelas Perdidamente apaixonado por si mesmo.
Observa-se tímido diante da imensidão E do todo abstrai o conhecimento intrínseco, Capacidade que lhe dá a sublevação íntima, Tornando-o vítima de seus próprios arroubos.
Crê o escritor ser a ilusão, Dormente manjedoura donde advém A sagrada epopeia do saber escrever As ditaduras ovacionadas pelos corações.
Crê o escritor ser saudade e solidão E, perante os arremates do tempo invertebrado, Entrega-se às conspirações tresloucadas Das almas consubstanciadas pela irreflexão!
O escritor absolutamente em nada crê: medita!
DE Ivan de Oliveira Melo
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