Pensando bem!
Data 22/09/2019 01:00:24 | Tópico: Poemas
| Pensando bem!
Quem vai cuidar de mim?
Se tocarem fogo
Se acabarem a mata
Como se aqui fosse casa de Noca
Terra de ninguém..
Se a mata morrer
Quem vai cuidar de mim
No final das contas
Quando tudo perecer
Se abelha deixar de viver quem vai fazer o mel
Se o pássaro deixar de existir por aqui
Se tudo for destruído
Quem vai cantar pra mim
Se todos os bichos morrerem
Quem vai cuidar da mata pra mim.
Quando a floresta acabar
Quem vai cuidar de mim
Cadê a madeira do meu teto
Cadê o ar pra respirar
Cadê a árvore do mastro
Se deixar árvore morrer
Cadê a água pra beber
Cadê peixe pra comer
Como vamos viver
Sem a nossa mata do Junco
Sem o Rio lagartixo
Sem a trilha dos bichos
Sem as nascentes
Da bica
Do estreito
Do bigode
Do rio das pedras
Do favela
Das minas
Sem a lagoa seca
Sem a mata do cipó
Sem o Rio siriri
O que será de nós
Por aqui
Da minha roupa pra lavar
Meus animais vão beber como, o que será deles
Ficará o SAAE sem água
Para abastecer a cidade
A torneira ficará seca
Ficará tudo muito estranho
Nada de lavar o carro
Fazer a cachaça
O açúcar e o álcool
Como vou aguentar
Sem água pra beber
Como lavar a roupa
Escovar os dentes
Como ficar sem cozinhar
Sem lavar os pratos
Sem tomar o banho!
É realmente
Tudo muito estranho
Se a floresta acabar
Pode até sobrar dinheiro
Mais ar puro
Clima bom
Temperatura amena
Chuva forte
Ou pequena
Nenhum dinheiro
Poderá comprar.
Minha gente !
Bote a manhã na consciência
Exija seus direitos
Cobre as providências
Não deixe nosso
Mãe terra morrer
Ou se toma atitude
Com coragem destemida gora
Ou nossa mata vai embora desse lugar
Levando tudo dentro dela
Inclusive a nossa Geração
As vindouras também
Não poderão sequer pensar no amanhã
Até a vontade de viver
De Sonhar em futuro deixará de existir
Porque tudo vai virar fumaça
Se nada sobrará para contar a história
Nem paus e pedra Restarão
Quado a biodiversidade Acabar.
Vale apena pensar hoje
Cuidar das florestas
Que ainda restam
É vida que segue
Enquanto deixar
Se regener..
Por poetaEcologico
Lizaldo Vieira
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