
...silêncio em Si de nós
Data 12/04/2008 08:26:13 | Tópico: Poemas -> Amor
| Rompes o limiar da diferença que nos separa em ventos delicados, aljôfares de luzes e de cetim.
Alisas se acarinhas do meu rosto mágoas tamanhas rugas comprimidas ao zinco da latada em profusão de gomos e de vagens, - riscos dum tempo infame, de mim(im)púbere.
Trazes secreta promessa de manhãs claras e, até onde a força nos alcança, tamborilam búzios ressoam conchas, estrelas e guizos, cicios mágicos de cartomancias, colcheias prenhes de cor e vida.
Tombo rectilínea em cauda aberta de piano. Sereníssima ofereço-te laços, almofadas de cerdas viçosas crinas de veado e de gazela em gestos altruístas dádivas supremas de conforto e de prazer em colos petalados de rosas.
as tuas mãos inventam auroras na forma tépida do meu corpo a tua alma acende lâmpadas no meu ser a tua boca bebe a essência nacarada de minh’alma a tarde desce lenta moldada à radical livre da encosta.
[ao longe, na pradaria, tamborileiros ecoam ritos de posse e guerra].
No silêncio uterino do mundo revivescemos em seiva em profusão de cheiros mesclas memórias antigas e nascentes impetuosas ondulados em cotovelos demiurgos em chanfros d’águas primorosas.
[agora o silêncio … somos silêncio em Si de nós].
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