
Mas a chuva
Data 29/03/2019 23:34:43 | Tópico: Poemas
| Você entrou pela fresta na porta Que eu lutava para abrir E para fechar
Gostava de te conhecer aos poucos Com a palma da mão e você a mim Entrelaçados embaixo do céu Mas a chuva estava chegando E nós tínhamos que ir
O meu verão era inverno Mas com você era verão De onde você veio me consolar? E me derreter do meu exílio? O mel dos seus lábios é mais que remédio na minha
De minha mente, de trás da tormenta Vejo presas na sua boca, garras nas suas mãos E uma serpente negra a entrelaçá-la Será isso o retrato da verdade? Ou os demônios marcados na minha pele?
A sua boca acalma minha incerteza Com suas palavras e seus beijos Mas ainda me embaraço em algo Um véu macio e confortável entre nós Mas que me assusta, fica preso no meu rosto
Eu queria tirá-lo de você Sentir sua verdadeira pele nua na minha Me sussurrando seus arrepios E me acariciando com seus suspiros Mas quem carrega o véu é você? Ou ele está a cobrir a mim?
O que me espeta atrás dele são seus espinhos? Ou as suas garras procurando minha carne? Você é rosa doce, perfumada? Ou é fera felina, implacável? Ou talvez até, esses serão voltados a mim Meus próprios espinhos vertendo meu sangue
Por que você não tira logo a sua máscara? E me deixa soltar o meu coração! Ou sou eu que estou a escondê-lo Atrás do meu medo de deixá-lo cair na névoa? As mentiras atravessam os ouvidos mas será que chegam no peito? Ou será meu peito escuro demais?
A chuva chegou e eu fui embora. Te amo a noite, de manhã odeio Dou boa noite pro livro que me deu Na manhã seguinte o amaldiçoo E a tarde atordoado odeio te amar
Se era uma fera me feriu A dúvida me queima na cabeça Como a paixão queima no peito Minha mente formigando Num enxame de você Ora borboletas Ora ferrões Mas sem você, adeus
Me digam o que acham por favor e o que posso melhorar
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