
A PELE
Data 19/03/2019 19:18:33 | Tópico: Poemas
| A PELE A pele dos dedos, que a pena segura, não é a mesma de quando era menino, é mais escura; mais dura, porque muda e em mim passa, e quando se renova, é a prova de que é mais um engano, que de mim faz mais carcaça em cada ano, e as rugas tornam-se escrita das saudades; do menino, que com sua pele, ainda nova, queria ser grande; mais velho, mas que, agora, queria ter a pele nova, como estava quando na pele de sua mãe mamava, embora não tivesse a pena, que agora tem, para escrever, em poema, as saudades de quando mamava na pele de sua mãe.
Agora, por fora, com a pele mais dura, mas por dentro ainda de menino, que foge do sol, para tomar banhos de luar e de seu rol e imaginar sua mãe a dar-lhe banho, para limpar e amaciar sua pele de rugas; feita leito de rios, de fugas, onde correm saudades de ternuras quentes, nestes tempos duros; frios, com tanta falta de calor do amor, cada vez mais preciso, que agora já não se tem, como no tempo em que se tinha uma mãe! ...xx... Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque Gondomar-Portugal
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