
Infrequências
Data 31/01/2019 19:11:50 | Tópico: Poemas
| “E, todas as entidades que ignoro sentem que as amo, que aprecio a inutilidade dos seus olhos,”
João Rasteiro, in “A Auscultação da Triangularidade”
“cego não é aquele que não vê, é todo aqueloutro que não quer ver!...”
olhares amorfos, brutalmente amorfos, não aprofundam a evidência da singularidade observadora numa amplitude consciencial.
um dia a raiz do mundo voltará a ser raiz, de qualquer modo.
há um apetrecho inseguro quando se olha de soslaio ou se transmite um cabisbaixo amedrontado.
o trânsito humano descambará num dia maior e todos os sinais luminosos passarão a ser meros estorvos paisagísticos.
mas nesse dia continuará a paisagem a existir?
ou a sua raiz secará de inexorável modo?!...
António MR Martins
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