
Já não quero nem saber
Data 14/01/2019 19:07:31 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| O que digo com os olhos e você não entende Não é o mesmo que transmito em palavras. E não a culpo por não entender os meus argumentos expostos em hieróglifos da alma. Na surdina elevo os pensamentos Mas não a encontro em lugar algum. Há um limbo existencial que percorro solitário e pensativo Na esperança de encontrar as respostas neste labirinto em espiral E por mais que caminhe nesse destino não consigo encontrar sombra para descansar. Brado dentro de mim Esbravejo como louco e falo palavrões impronunciáveis aqui No intuito que alguém ouça o meu grito. Já não quero nem saber Porque a cor do céu é azul e os seus olhos pretos já não causam em mim tanto pavor. Rasgo as minhas entranhas na busca por um equilíbrio mental Ouço sussurros escondidos entre as paredes E não entendo os grunhidos que me causam terror. Não preciso esconder as feridas do meu coração Nem as marcas da solidão Eu só quero encontrar-te na calada da noite Sem me preocupar com o alvorecer. Minhas palavras te assustam Porque você não as entende de forma nenhuma. Tudo isso por causa daquela ilusão Que foi criada no crepúsculo de um dia qualquer. No silêncio desse vazio Onde não é possível ver e nem ouvir nada Minha alma flutua levemente como uma pluma E sinto a brisa do alvorecer O vento que toca meu rosto É o sopro suave de suas lembranças.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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