
RIO SANTANA
Data 29/11/2018 05:50:17 | Tópico: Poemas
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RIO SANTANA, MEU AMIGO
Meu rio Santana, na cidade de Raul Soares, era bom pelos lugares jamais esquecidos. Era um braço líquido dos campos, rodeado de barrancos corroídos pelos anos. Arrastava folhas mortas e saudades de muitas tardes. O por do sol, de ilusões e desengano cruzava vales, chapadões e pantanais, bebedouro de pardais, branco espelho de luar. O seu roteiro não tinha volta. Só tinha ida pra findar a sua vida na amplidão azul do mar. Rio amigo e querido, era iguail às nossas águas. Também tenho um rio de mágoas, a correr dentro de mim. Cruzava na alma campos secos e desertos, cada vez via mais perto o oceano de meu fim. Meu rio amigo, que nasceu junto a colina era um fio de água de mina, que cresceu tão lentamente, margeando matas, ramagens, juncos e flores. Passarinhos multicores seguiam sua corrente. Rio amigo, quantas vezes assistiu, acenos de quem partiu e encontros dos que chegavam. Foi testemunha de muitas juras de amor, quantas lágrimas de dor suas águas carregou. Meu rio amigo, sobre a areia do remanso, animais em seu descanso ali vinha matar a sede. As borboletas em sua margem amontoavam e depois alegres voavam na amplidão dos campos verdes. A brisa encrespava o meu rosto de menino, como o mais terno e divino, beijo da mãe natureza. Lindas paisagens, madrugadas coloridas, encontro e despedidas seguiam a sua correnteza. Rio Santana, meu amigo serás sempre lembrado e por mim muito querido. Meu amigo Rio Santana, você fez parte da minha história. Hoje trago você na memória. E com saudade e emoção está aqui guardado Bem no meu coração.
Tony Duarte Vera Salviano (Parceria)
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