
O sol queima ou sou eu que estou queimado
Data 26/09/2018 19:29:01 | Tópico: Poemas
| O sol queima ou sou eu que estou queimado estava a sorrir à bocado E agora não estou vivo pensamento não é conciso é confuso obtuso e a mente perdeu o uso e está tudo tão pesado já não sei ao que me agarro preciso de mais um cigarro. Acende e apaga A mente trava A cinza que me agarra Chego ao fim da rua Vejo-te nua no teu fato preto E tenho medo da tua mente crua A lua debaixo dos teus olhos Choraste a noite toda não te julgo Porque também me culpo Quando te conheci sete passos e um abraço Foi quando senti os teus ombros fracos Olhos amarrados aos cacos e seguras os pedaços E os teus braços tremem, porque choraste quando cheiraste sémen Ele afastou-se com os olhos presos no poço fosse quem fosse Tinhas o desgosto marcado no pescoço De olhos negros acordo no mercado Mais um dia perdido nas horas Olhos para o relógio “só mais um bocado” Descuidado atendo um cliente Minto não atendo ninguém mente em outrem E eu sei bem o que fiz e a quem Dois dias atrás dentro de alguém A comida já nem me sabe bem A mente a cem, não, na verdade nem penso sem dar um trago no cigarro como um monte de ninguém E sou ninguém e tudo me aflige preciso de sentido Já não tenho apelido algo que me cinge de aprender e trabalhar Sempre a divagar e a viver na tangente, e a mente mente.
|
|