
VOLTEIO
Data 24/05/2018 11:24:48 | Tópico: Poemas
| VOLTEIO Logo que nasci, puseram-me num caminho! Deram-me mapas! Deram-me direções! Deram-me bússolas e lugares onde comer, lugares onde dormir e polícias, para me proteger!
Deram-me deuses, a quem rezar e ajoelhar! Depois, disseram-me: - “Vai. Caminha direito na vida”. Lá fui eu, por estrada, a primeira à minha frente! Segui em frente, a direito, mas a estrada tinha curvas, lombas, esquinas, subidas e descidas, ainda só idas, ainda sem vindas!
Caminhei sem saber da estrada seu fim; Se terminava num deserto, numa floresta ou jardim!
A cada horizonte outro vinha! Comecei a ter companhias, mas parecia, como eu, que ninguém sabia para onde ia, talvez por a Terra ser redonda e andar sempre às voltas!
Talvez, por ser assim, é que eu, depois de muito já ter caminhado, -a torto e a direito- e na vida já muitas voltas ter dado, sem sair do sítio, sentindo-me sitiado, é que continuo a voltear-me, de qualquer jeito, quase já sem tino, não sabendo mais de qual estrada, de qual direção, de qual destino e sentido!
Sim, puseram-me na vida! Mandaram-me caminhar direito! Deram-me caminhos, para caminhar, mas não me disseram quando e onde parar! Serei eu a decidir ou algo ou alguém me fará cair?
Me continuo a voltear no Universo, entre poesia das estrelas, tentando da vida fazer um poema ou, pelo menos, um verso, enquanto minha estrada não chega a seu fim; se num deserto, se numa floresta ou jardim!
Meu poema termina, assim, com este verso, ficando no ar, a voltear, nunca direito! …..x…. Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque Gondomar-Portugal
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