
Odeio - te Mundo.
Data 29/04/2018 16:47:13 | Tópico: Poemas
| Depois que eu entendi que tudo estava perdido O meu corpo foi a única coisa que restou Bom dia, maldito e retorcido mundo cruel No qual o meu corpo se acostumou.
Mais um dia me deparo nesta paisagem desconhecida Que de alguma forma acabou por se tornar familiar Quando entendo realmente aquilo que perdi Aprendo a sobreviver com o pouco que restar.
Mas sinto - me envergonhado por ser forte O suficiente para ainda estar vivo Mas eu sei o que tenho a fazer Para não esquecer a realização que idealizo.
Porque de qualquer outra maneira Tudo se torna insuportável e agoniante Enquanto vejo o mundo com olhos negros Não há visão ténue de luz no caminho adiante.
E então rodeado por este mundo Que não me deixou escolher as cicatrizes que me ofereceu Ele abandona - me, deixando - me procurar o significado De tudo o que ele me tirou e ao mesmo tempo me deu.
Estou tão perdido, o que é que eu faço? Nem consigo fingir que estou vazio Olá, Bom Dia , Sou eu, Mundo, ensina - me mais uma vez, como é que eu sorrio?
Pois parece que nem a morte me respeita Desde o dia em que me dei por vencido Pensei que finalmente me iria sentir melhor Se aceita - se que merecia a dor que ficou comigo.
Mas quando as lágrimas já não são solução Ou os gritos já não ecoam pelas memórias Eu acabo fingindo ser um herói num mundo imaginário Pintado de cores, sonhos e histórias.
Porque na realidade a dor que me foi causada Hoje não passa de um espetáculo de plateia Onde lhes ofereço uma vénia de despedida Enquanto a agonia de viver é a única coisa que faz a minha alma sentir - se cheia.
José Vieira
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