
CHUVAS QUE LAVAM AS ALMAS
Data 08/04/2018 13:21:12 | Tópico: Poemas
| Gosto de quando chove e os homens ficam quietos nos parâmetros faustos do mundo.
Gosto de quando chove e se afastam de mim os vestígios púmbleos dos contínuos ciclos abnormais salpicados nos desalinhos.
Gosto de quando chove e me escondo em meu canto, anoitecendo-me em claustro silêncio, de onde não posso ver nem atuar nos entrevados palcos de concretos.
Gosto de quando chove, porque tento me desfazer – em vão – também de meus próprios vestígios espúrios, lançando-os às enxurradas dos precipícios.
Mas, quando a chuva para, perco com o líquido o momento onírico e retorno à coleção de imagens e de superficialidades cimentais,
com minhas performances dissimuladas e com meus versos escumalhados.
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