
O Último Ato
Data 18/02/2018 13:21:31 | Tópico: Poemas
| Uma garra agarra e rasga a crisálida Onde dormitava o deus do dia. Apolo, com loiras melanias, Beija a corola da rosa cálida.
Os dedos rosados da Aurora Abrem as ventanas do mundo. Desperta, num suspiro profundo, A última estrela que vai embora.
A luz penetra coada pela copada Das árvores tropicais e toca o chão. Os seres do dia, como uma oração, Assistem os resquícios da madrugada.
Os feixes dourados argentam a relva Perolada pelo orvalho santo e sereno. Pássaros quebram a mudez da selva Mostrando como este mundo é pequeno.
Se tudo é renascimento e renovação Qual o motivo de tudo ser tão fugaz? Se se adora a aurora de cada dia Por que um dia não nascerá mais?
Se tudo é sol reverberando magia Qual o motivo de tudo ser efêmero? Se já nascemos escrevendo o destino Quem seria o autor destas páginas?
Se tudo é tato, olfato e palato Qual o motivo dessa insipidez? No mundo do quem sabe, do talvez, Qual de nós seria o mais sensato?
Ah! Por pouco não morro ou não mato! Indagações que insistem em furtar a alegria Que me domina ao raiar de um novo dia. Fechem as cortinas! É findo o Último ato..
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