
ELETROCARDIOGRAMA
Data 05/02/2018 03:03:28 | Tópico: Poemas -> Solidão
| Eletrocardiograma
Quando bem garotinha Percebi no aflorar dos sentimentos que meu coração parecia ter mãos Às vezes, elas tocavam a realidade E a realidade era muito confusa assustava e fazia doer algo dentro
Eu então escondia a dor, "engolia" o choro E ninguém se importava Ignorei quase sempre o mundo real Crendo mais no que meu coração inventava O que ele sentia tão intenso Com suas inocentes mãos Capazes de criar um mundo particular Nos galhos da goiabeira, nos cadernos, Em lápis de cor, tampinhas, caixas ou livros Nos retalhos de tecidos ou em alguma canção Distante do mundo real, tão indiferente
Guardo este segredo Esse lugar dentro de mim Onde existe uma criança descalça Com cabelos desgrenhados Joelhos ralados e unhas sujas Que observa formigas em filas Desvira besouros pretos Perde as horas em viagens no pensamento Tão vívidas e infinitas
Uma sina em ter esse coração Ingênuo capaz de tocar e amar simplesmente, Que ainda se assusta Que se machuca por vezes, Espanta por coisas que outros ignoram Que leva a sério o que acham bobagens E no peito escondido Esse coração abafado Prefere não crescer.
Pensei em muitas pessoas quando escrevi esse texto. Mas Carlos Correa, esse é pra você, que tem um coração de criança e cheio de fé.
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