
Água, quase nada
Data 14/01/2018 17:37:36 | Tópico: Poemas
| Mergulhei fundo: das águas de ninguém, descobri que o que me pertence é apenas aquela nuvem - aquela! ...onde prendo os olhos com fiapos de azul insubmersível.
Quem me dera que as minhas mãos segurassem também esse fio invisível que não me assegura os sonhos... mas que me liga ao céu!
Mas...
sou de ninguém, como as águas e nada é tão de mim como as mágoas.
E os fios são de luz, as nuvens, de sombra; e os lugares que imagino para além do espaço que o meu corpo ocupa, são terra sem chuva, pátria sem hino, praia sem culpa.
Mergulho, outra vez: a sombra de mim é tudo o que me pertence, mesmo que ao calor do meu hálito se condense toda a água que me habita...
e se eleve ao céu que me acredita.
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