
O SER: SENCIÊNCIA, IMAGEM E VERBO
Data 03/12/2017 22:15:12 | Tópico: Poemas
| Que posso eu dizer do neandertal sem que pensem que sou algum alucinado que vive a rogar pragas alheias?
Que posso dizer de minha imanente condição humana de possuir, de modo intrínseco e inalienável, o bem e o mal,
sem que pensem que vivo a cultivar sombras?
Então, vou falar sobre as palavras, que riscam os ares a ressoarem imperativos com absolvições e condenações de nossos (di) simétricos semelhantes ,
a decidirem os destinos do mundo entre pazes e guerras, a se ondularem entre amores cálidos e rancores verborrágicos,
a fabricarem, enfim, do senciente ego sapiens, imagens de toda ordem sob as luzes do grande espetáculo.
Ei-las, as palavras, todos as querem belas e lúgubres; mas, quando tropeçam em alguma pedra,
transparecem os abismos que há sob as superfícies calmas do ser!
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