
Com minhas costas em uma mesa de alumínio gelada
Data 13/10/2017 02:38:32 | Tópico: Poemas
| Não é a primeira vez que alguém me conta alguma de suas ideias sobre poemas, no final sempre me perguntam: “Por que não escreve sobre isso?” Dessa vez era uma ideia relacionada a um necrotério.
Afundei meus ouvidos na água deixei meu corpo boiar livremente; A água em meus ouvidos era como algodões que me proporcionavam a paz do silêncio que por sinal era aconchegante; A água ao redor do meu corpo era como um saco e esse saco estava com seu zíper aberto revelando somente meu rosto, expondo-o ao sol; O sol era como uma lâmpada amarela que estava bem próxima do meu rosto transmitindo um calor agradável; A junção dos três me proporcionava um estado de paz, eu não ouvia meus pensamentos, um verdadeiro estado de descanso um descanso que não foi eterno; O medo apareceu momentos depois, um pavor diferente um pavor que nunca me fora apresentado até aquele momento; O medo chegou me acordando do descanso, alternando entre o céu e o inferno entre o descanso e a incapacidade em relação a todos fatores que não somos capazes de prever; O medo chegou mostrando nossa inferioridade em relação ao tamanho desse necrotério em que vivemos, mostrando também o descanso que essa inferioridade conquistara um dia.
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