
Falso brilho
Data 20/08/2017 01:00:19 | Tópico: Poemas
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Falso brilho
Era fácil pronunciar sem citar a verdadeira palavra, Mais fácil ainda era escrever quando ninguém mais percebia. Havia um gosto de despedida em cada poema e uma vontade de deixar ao chão, os sonhos, desnudos e continuar a viagem. A distância da mão até o papel era acentuada enquanto a alma insistia em abrir a mesma porta com a velha chave, errada. Não era mar, não era montanha, o que fizeram com a estrada, Se não era chegado o seu final, onde estava a saída? A visão sobre ela, agora era diferente. Enorme como nunca, banhando de desilusão, qualquer sensação de liberdade. À espreita sempre haverá uma palavra chave observando a angústia de cada letra, querendo juntar-se à experiência de algumas letras vivas, para frágeis, não morrerem sufocadas. Era a lua do tempo, uma grande parte dela, por castigo, havia sido consumida, mantendo o mesmo brilho. Falso brilho, fechando todas as passagens daquela mulher decepcionada, que agora triste olhava a lua, não em sua plenitude. Assim como a sua vida, a lua agora era fatiada. Enquanto as verdadeiras palavras estavam soterradas, Não era a mesma lua, não havia tempo, não havia mais nada.
_ Liduina do Nascimento Imagem Luso Poemas
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