
Assim de manso ...
Data 21/07/2017 21:33:21 | Tópico: Poemas
| Assim de manso, bem de mansinho, irrompe a nascente, brota, o olho d’água, devagarzinho.
Assim de manso, devagarzinho, o amor aporta, invade a porta do coração.
Assim de manso o fio segue, a libélula o toca leve, em seu espelho, círculos sem fim.
Assim de manso, bem de mansinho, inunda o caminho, pavimentado pela solidão.
Assim de manso, rodeia as pedras, picos miúdos, de úmido chão, o verde rente rega.
Assim de manso, poli o assoalho, remenda retalhos, retira os tronos, remove troféus.
Assim de manso, em seu regaço, se achegam víboras, bebericam pássaros.
Assim de manso, conforta fadigas, desdenha intrigas, embala o sono.
Assim de manso, obediente ao leito, o caudaloso rio deixou distante o fio
Assim de manso sigo o destino, sem desatino, imaginando a foz, extasiante cio.
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