
Grades da Alma
Data 16/07/2017 16:57:26 | Tópico: Poemas
| Despertei-me num labirinto de coisas Coisas e sons e, pensamentos e outras coisas Coisas e o silêncio e cores diversas, como arco-íris. Na íris dos olhos, eu vi que a luz que era captada
Antes de tudo, antes do nada, eu era apenas inerte No limbo dos pensamentos que para nada servem E nas mãos da angústia de mãos dadas com o desespero Por caminhos nunca antes percorridos
Eu ando cuidadosamente e os meus paços são pegajosos A cada passo um grude que me prende ao chão da ignorância A cada sentimento um novo passo para desnortear, mas não paro Tenho medo! Tenho vontades e medos, mas não paro, continuo
Eu quero gozar, mas os arrolhos sufocam meus caminhos de gozo Eu quero gritar, mas a minha voz é tão baixa quanto as minhas escolhas Eu quero içar, mas nada é tão fundo quanto essa dor que asfixia Eu quero, mas para onde me viro dou de cara com a truculência do ser
Deixe-me em paz! Eu vos suplico, não e atormentes, não! Quebrarei meus espelhos para nunca mais olhar minha face estampada Rasgarei minhas telas de homem e às traças lançá-las-ei sem dó Beberei teu amargo ó alma desvalida que sonhas sem nada realizar
Silêncio! Peço! Não me adorne com seus entraves! Deixe-me voar com os pássaros às ilhas solitárias longe de ti.
Meus olhos cegos de queixumes e lamúrias bebem o desatino Meus pés correm apressadamente sufocam meus poemas e os pisam Corro ainda mais, procuro a saída, mas como poso sair? Ah! Se eu pudesse! Quebraria a antagônica imagem de minha alma para viver.
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