
Sobre perguntas e canções por demais entoadas
Data 25/05/2017 08:15:49 | Tópico: Poemas
| Vejo que me desmoronou antes do final o poema sem rosto, porém que se apresenta sem espinhos, nem rosas, não como a onda furiosa castigando as pedras do cais; ei-lo isento de um mísero feixe de luz a beliscar, mantendo sempre, sempre a boca no mais perfeito silêncio, assim como quando falas em pontos finais e vejo que absolutamente nada aconteceu.
Como sempre e mais uma vez o sol nasce desde o oriente, e se põe, antes aquecendo a vida das pessoas que acordam a cada manhã, incluindo as amantes saudosas, habitantes das ilhas desertas superlotadas de mágoas, e às cegas que assim o são porque ainda não quiseram ver a luz escarrada.
Sem mais perguntas até o final da canção por demais entoada, celebrando paixões com palavras e gestos arrancados dos olhares famélicos, é ela carente de alvíssaras, mas saudada pelos pássaros em chilreares festivos, quando derrotada sei com certeza que tua Alma jamais cairá do céu: a presença de Ti fará com que nunca cesse de jorrar essa fonte.
|
|