
Sobre escrever palavras de duplo sentido
Data 24/05/2017 15:39:54 | Tópico: Poemas
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Resigno-me aos caprichos da Alma, deixarei as vontades escondidas sob o casaco, mas, guardarei a imagem da chuva aspergindo pétalas de rosas, e dos pássaros aguardando o estio para outra revoada nos céus. Derrotada que estou, sonhos intimistas jamais serão afetados pela maior das tempestades, a mais longa das viagens nunca tem o dia certo para se iniciar.
Talvez seja tarde demais para fazer qualquer coisa, além de manter-me nos bastidores - tarde demais para banhar-me na luz das estrelas e maliciosamente escrever palavras de duplo sentido tal ordinária que sou chafurdando na lama de anelos vãos.
Mas, deixa-me abrigar-me nos mínimos espaços, tantos e tais espaços vazios os há como aqui; jamais neles vi sequer uma nesga de luz bruxuleante - dias vazios de anos solitários na intemporalidade ambígua dos pontos finais.
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