
Senhora Morte
Data 26/04/2017 12:25:01 | Tópico: Poemas
| Entra de mansinho Quase que nem se dá por ela Não é preciso ser adivinho Para saber que trás na sua lapela
“Tão embonecada Senhora Morte, Que a trás por estes lados? Haverá mudança na minha sorte? Sigo para junto dos antepassados?”
Diz ela em tom jocoso porque sabe que domina “Visitar-te-ei todos os dias até ser tempo de seres minha
Enquanto me temes, deixo-te alimentada pelo medo Mas quando me aceitares levar-te-ei para o degredo”.
“Dá-me tempo”, digo numa voz quase inaudível Serei forte um dia ainda que agora sensível
“Quem vês hoje não é quem verás amanhã.” Aguarda e garanto-te que não será uma espera vã
Sai pela janela tão em silêncio como entrou Sorrio porque não foi o medo que ela deixou
A cobradora de almas segue pela estrada E em mim fica a esperança de que há mais para além do nada
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