
Amarrada
Data 24/01/2017 17:21:36 | Tópico: Poemas
| Invento fases, formo frases, eficazes e como a face da lua, penso em ti e na tua capacidade de me fazer perder e encontrar, de me fazer amar e odiar...
Eu deito-me e deixo fluir, as letras juntam-se e fazem-me construir: palàcios de areia, terrenos de vidro, campos de cedro;
Ela vagueia, semeia, incendeia a base de cartas de tintas escassas feitas e levadas pelo vento.
E eu rezo, eu suplico, eu tropeco, em pensamentos vazios, desejos de fada, rios de ouro, campos de nada; Sou anjo, demónio, a luz e as trevas, arranho, blisco e trinco o teu poder de me dominar, de me fazer desaparecer e achar; Sou tua por inteiro, por vezes às metades, sou tua, sou minha, sou de quem me agarrar.
Aperta-me, acorda-me, leva de mim toda a dor, sem ponta, sem nó, sou o segredo em flor.
Tornei-me crente, demente, servente do unico que me ouviu, uma pena de pele plena, de arestas agucadas, sou a fera que amordacas nas tuas garras afiadas.
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