
Sobre ti, a alma e a nossa mútua indiferença
Data 28/10/2016 17:11:24 | Tópico: Poemas
| Ao redor, tal melodia, os risos cativantes, afoitos belos rostos na mesma multidão. O penhor da tua indiferença foi tão intenso, de repente fez em nevoa rútilos instantes; de repente a ansiedade explodiu no coração, de terno amor tomado, entusiasta imenso. Ninguém escolhe a quem amar pela vontade, a fria razão também pode preterir a escolha, desenha-te uma missão, imbuída de temores. Parecia tua alma ter-se permeado na piedade, - afinal, a ti restaria o desejo débil da folha, contrariando o vento, desafiando os humores.
Assomaram logo os gritos da indiferença - e olhas como fossem outros os teus olhos, vês semblantes fechados, brados na multidão. Súbito vi a maldade da alma abater a crença, a nau a pique, o desamor, pontiagudos abrolhos, e nós... indiferentes... cada qual buscando a razão.
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