
O nosso caminho – I “ Azul Infinito “
Data 08/10/2016 09:10:14 | Tópico: Poemas
| O nosso caminho – I
“ Azul Infinito “
Sob a energia de todos os beijos existentes no ar essa nau de amor avançava rumo ao alto mar no esquecimento inteiro de uma noite escura eu remava, remava para te conseguir alcançar tranquilas nas águas se reflectiam as estrelas em volta de toda a minha barca feita de luar
junto a mim uma formidável coruja aquietara-se zelando para que eu sempre procedesse bem e da cesta de fruta emanavam odores doces mil essências de sabores muito familiares presentes nesse destino longínquo eu já avistara
remei mais um pouco, quase toquei terra parei no lodo da inconsciência existente olhei as estrelas do céu veladamente só e elas rapidamente abriram o meu caminho levantei remos, beijei a coruja e saltei fora já tu me esticavas os braços para me alcançar
viera triste choramingando uma prece na cegueira de uma memória adormecida eu já não sabia quaisquer antigos caminhos nem detinha a lembrança de caras amigas
sozinha num suplicio sem fim, tentei arduamente viver refiz toda uma vida desde o inicio e numa dormência inquietante eu ainda te amava
o meu amor por ti sempre presente a toda a hora nem sei se foi um trunfo ou se foi um desastre nesse meu renascer eu sempre lutara por um lugar onde a minha existência fizesse algum sentido
tu que não estavas, não o soubeste, e não ajudaste
cheguei e me vi envolta nos teus braços e nem sei o nome deste ancoradouro acho que tem o nome da cor do céu e do mar
- Azul Infinito -
Eureka, 5 Dezembro 1985
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