
Sobre chorar e cismar em silêncio
Data 08/09/2016 23:44:17 | Tópico: Poemas
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Amo tudo que me ensinaste, como à uma menininha indefesa aprendendo a realizar a proeza - extasiada num mar de cor e contraste, de viver e valer-se sozinha, sem cores no meio da noite mesquinha.
Achando que romperias o torpor impávido, enganei-me quando recusei-te os beijos, ganindo sons de inconfessáveis desejos, tua boca em busca do meu corpo ávido. Ainda sinto nos ombros tua respiração enquanto oferecia-te os seios à mão.
Sinto o abismo abaixo de nós aberto, sonho que não me canso do teu amor nesta sede da tentação, neste ardor; quero-o mas não posso e desperto. Compreender um querer insano, longe sequer, do entendimento desse modo como diz que me quer.
Mire-me num espelho de visada, perceba se há semelhança entre a realidade e o que tua alma afiança, mas, silencie-te, não faças nada! Acredito ainda nas cores do amor à beira deste abismo, confiante mesmo quando em silêncio choro e cismo.
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