
CARVALHO
Data 04/08/2016 13:14:00 | Tópico: Poemas -> Sombrios
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Sou um corpo pesado um verme Roubado do ventre de minha mãe Presa nos pátios vazios da saudade Os meus braços, as minhas mãos São madeira repleta de vermes Madeira das lajes dos mortos Entre as flores de um descanso No silêncio de um carvalho Onde ninguém me pode ouvir Rasgo a minha carne queimo Os olhos para me sentir livre Mordo a minha própria carne Num mudo grito com os lábios Costurados de dor, boca que Mastigada satiricamente a carne Madeira talhada com a sentença Rasgando o meu coração com raiva Madeira de uma laje no silêncio Feita em madeira de um belo carvalho Sente-se o cheiro forte do enxofre De morte misturado com as frescas flores É um cheiro muito amargo de saudade Feitas com rendas antigas e seda selvagem.
Mia Rimofo
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