
Pérolas das profundezas bruxuleando no apagar dos faróis
Data 26/07/2016 22:37:08 | Tópico: Poemas
| Pérolas das profundezas eternas, não respondem ao anseio das rochas, nem margaridas nascem nas cavernas, sob bruxuleante luzir de parcas tochas. Santuário de inóspita miragem súbita, o cipreste verga ao vento tal virtuose, talvez querendo me acordar abrupta, num pedaço de céu aberto em close.
Anjos iniciam um bailado truculento, servindo de palco as nuvens brancas, quando o céu enraivecido e virulento, rasga-se em emoções sem retrancas, afugentando o luzir do luar perolado desfazendo a decoração do sacrário, convidando estranhos a morar ao lado, sem reserva de domínio fiduciário.
De repente não há mais luz no palco, só o tablado de gelo azul sob o cipreste, deslocando o azimute do rumo do leste, rangendo o pinho ao redor do catafalco. De repente, há obuses esmagado nas mós, é então tarde neste apagar dos faróis, tarde no inverno, sem luzes, nem heróis, lençóis de emoções apagadas em nós.
|
|