
Degrau a degrau
Data 19/06/2016 14:43:30 | Tópico: Prosas Poéticas
| Fossem meus olhos bordar a luz nos imensos céus onde pairam os silêncios teus e então trocaria de vez o sentido impaciente com que descrevo nossa entrega sem indiferenças nem contemplações ao eco das plenas recompensas e sublimes ilusões Que me ornamentes as palavras tecidas na súbita poesia abençoada na penumbra dos nossos ternos e saudosos brados alimentando degrau a degrau o breve sonho deixado no rodapé do tempo abandonado neste insano poema escapulindo no silenciar de um verso acordando sedento de ti nunca, nunca prescindindo Assim te estendo meu estuário poético onde tudo é aventura e transita vagarosamente à beira dos nossos rios como sonhos que se desintegram impressos em cada átomo de vida avassaladora em cada existência demolidora onde traduzimos em delicadezas a graça comovida sorrindo em infinita beleza assim comprometida Fossem meus olhos olhar-te num instinto de inspiração e desenharia teus infinitos meteóricos movimentos celestiais alcatifando a soleira do tempo onde cada afago domestica os movimentos sensoriais da vida elegante brotando tão crucial Fossem os céus os prados memorizados desta madruga extravagante onde nos fazemos convertidos e flagrantes e não mais morreria consumido no sopro da esperança mas duraria na vulgaridade do tempo estonteante toda a eternidade expectante excitada pela arquitectura da sabedoria desabrochando acalentadora e delirante FC
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